Itália: Aprovada lei que aumenta penas para crimes contra animais
Em uma decisão histórica, o Senado italiano aprovou definitivamente, em 29 de maio de 2025, a chamada "Lei Brambilla", que reforma profundamente o Código Penal para fortalecer a proteção dos animais. A legislação reconhece os animais como seres sencientes, dotados de emoções e capazes de sentir dor, alinhando-se ao princípio europeu de respeito à vida animal.
Principais mudanças e penalidades
Abate de animais sem necessidade ou por crueldade: pena de reclusão de 6 meses a 3 anos e multa de €5.000 a €30.000; se houver sevícias ou prolongamento deliberado do sofrimento, a pena aumenta para 1 a 4 anos de prisão e multa de €10.000 a €60.000 .
Maus-tratos: reclusão de 6 meses a 2 anos e multa de €5.000 a €30.000, sem possibilidade de substituição por penas alternativas.
Organização de rinhas entre animais: pena de 2 a 4 anos de prisão e multa de €50.000 a €160.000; participantes podem receber até 2 anos de prisão .
Eventos que causam sofrimento aos animais: multas de €15.000 a €30.000.
Vida selvagem e habitats protegidos: O artigo 727-bis é alterado para aumentar as sanções por matar, capturar ou deter espécies selvagens protegidas: prisão de três meses a um ano e multa de até 8.000 euros. O artigo 733-bis, relativo à destruição de habitats protegidos, agora prevê prisão de três meses a dois anos e multa não inferior a 6.000 euros.
Agravantes: penas aumentadas em até um terço se os crimes forem cometidos na presença de menores, contra múltiplos animais ou divulgados online.
Novas proibições e medidas administrativas
Proibição de manter animais acorrentados ou presos de forma que impeça sua movimentação natural; infrações sujeitas a multas de €500 a €5.000 .
Proibição da comercialização de peles de gatos domésticos.
Proibição do abate ou transferência de animais envolvidos em processos judiciais até a conclusão do julgamento.
Fortalecimento do papel de associações de proteção animal na custódia e adoção definitiva de animais resgatados .
Repercussão e contexto
A deputada Michela Vittoria Brambilla, autora da proposta, destacou que a lei representa uma mudança de paradigma, passando a proteger diretamente os direitos dos animais, e não apenas os sentimentos humanos em relação a eles.
A presidente da Ente Nazionale Protezione Animali (ENPA), Carla Rocchi, celebrou a aprovação como uma vitória significativa, embora ressalte a necessidade de vigilância para garantir a aplicação efetiva da lei e a continuidade das lutas por outras causas, como a abolição do uso de animais em circos e a proteção da fauna selvagem.
Fontes: TGCOM24; ANSA; Ambiente Insaluti; Tutto Sanità