Conselho Nacional de Política Criminal adota diretriz para instalar canis e gatis em penitenciárias brasileiras
O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, ligado à Secretaria Nacional de Políticas Penais, publicou uma resolução para estabelecer uma diretriz para a instalação de canis e gatis em penitenciárias brasileiras. A decisão foi publicada na edição do Diário Oficial da União desta sexta-feira (23). Com isso, a medida passa a ser uma política penitenciária.
Segundo a resolução, a instalação dos espaços com cães e gatos no sistema prisional tem como objetivo contribuir com a ressocialização e a qualificação técnica de presos.
O programa poderá ser feito por meio de um Acordo de Cooperação Técnica, em uma parceria entre os Poderes Executivo e Judiciário e as prefeituras.
Futuros canis e gatis que forem instalados dentro de penitenciárias deverão receber animais vacinados, vermifugados e castrados.
Ainda segundo a resolução, presos que trabalharem no cuidado dos animais receberão remuneração e poderão ser beneficiados com a remição de pena estabelecida pela Lei de Execução Penal.
Pela legislação atual, os detentos podem reduzir um dia de pena para cada três dias de trabalho.
Condenados por práticas de abuso, maus-tratos ou por matar animais não poderão trabalhar com os cães e gatos, de acordo com a norma.
A resolução também permite que as secretarias de administração penitenciária firmem convênios com faculdades e escolas técnicas em veterinária para a disponibilização de cursos aos presos.
Para o conselheiro Alexander Barroso, relator da resolução, “os reflexos gerarão pretensos benefícios às pessoas privadas de liberdade, bem como aos animais de estimação abandonados. Ao primeiro, os efeitos recairão ao cumprimento da pena, permitindo ao recluso o exercício do trabalho, com finalidade técnica, educativa e produtiva, com a prospectiva de uma futura profissão. Ao cotejo dos animais, sob a perspectiva de “família multiespécie” o resguardo sobre a vida, alimentação, saúde, meio ambiente equilibrado e oferta de adoção pela população”.
Projeto existente
Atualmente, o estado de São Paulo tem um projeto para que presos do regime semiaberto trabalhem em um canil e um gatil, construídos dentro de duas unidades prisionais da região de Taubaté.
A iniciativa começou em 2019 e criou espaços para receber cães e gatos abandonados. Além da ressocialização de presos, um dos objetos da medida é resolver o problema da superlotação de animais no Centro de Zoonoses de Taubaté.
O projeto, feito em parceria com a prefeitura, passou a oferecer cursos de banho e tosa, além de técnicas para o cuidado dos animais. Além disso, os cães e gatos são disponibilizados para a adoção.
Leia aqui o texto da Resolução
Fonte: G1 e Rádio Itatiaia